Se o seu corpo é
completamente independente de outro para viver, porque o contato físico com a
pessoa que amamos é tão imprescindível na vida de todos nós?
Quem nunca sentiu
aquela dor no peito, falta de ar, boca seca com a ausência do ser amado? Aquele
tremor quase incontrolável, aquele batimento que ensurdece qualquer respiração
ofegante...Isso é paixão!
Andar nas nuvens,
sonhar acordado, sorrir para as paredes... Ah, que sensação maravilhosa é o
amor, cheio de mistérios, todos eles conhecidos e estudados por tantos anos sem
respostas claras.
Se a paixão é uma
reação exclusivamente psicológica, porque sentimos fisicamente sua presença?
Existe algum tipo de reação química nesse tumultuado sentimento?
Esta semana, olhando
a grade de programação da Sky, me deparei com o documentário: "A Química
do Amor" , exibido no National Geographic Channel. A resposta para todas
as minhas perguntas foi a de que EXISTE SIM uma reação química na paixão. Uma
troca de substâncias à distância entre as pessoas que se apaixonam.
Alguns pesquisadores
afirmam que exalamos continuamente, pelos bilhões de poros da pele e até mesmo
pelo hálito, produtos químicos voláteis chamados Feromônios.
Os defensores da
Teoria dos Feromônios vão ainda mais longe: dizem que o "amor à primeira
vista" é a maior prova da existência destas substâncias, pois produzem
reações químicas que resultam em sensações prazerosas. À medida em que vamos
nos tornando dependentes, a cada ausência mais prolongada, nos dizemos
"apaixonados". A ansiedade da paixão, então, seria o sintoma mais
pertinente da Síndrome de Abstinência de Feromônios.
Existe um limite de
tempo para homens e mulheres sentirem os arroubos da paixão? Segundo a
professora Cindy Hazan, da Universidade Cornell de Nova Iorque, sim. Ela diz:
"seres humanos são biologicamente programados para se sentirem apaixonados
durante 18 a 30 meses". Ela descobriu que o sentimento possui um
"tempo de vida" e que os homens, por incrível que pareça, se
apaixonam mais facilmente do que as mulheres.
Achei o programa de
uma clareza fantástica e, apesar de sentir um certo alívio nas minhas
perguntas, nada me tira da cabeça que o amor é muito mais do que isso.
Não existe química
em palavras bonitas, num gesto cavalheiro ou numa caixa de bombons. Não existe
nada químico na troca de olhares, em se encontrar no fundo da alma do outro, na
música que soa dentro da cabeça, na anestesia dos pés que andam por sobre as nuvens
e nem na beleza do mistério que envolve dois corpos apaixonados.
Apesar de acreditar
em toda a ciência, não posso aceitar que tomando uma pílula de Feromônio eu
seja capaz de esquecer as dores do meu coração.
Ah...Seria muito
triste se o amor fosse tão simples assim.