terça-feira, 29 de novembro de 2011

Entrevista com a leitora: Thaísa Farias








1) Do que mais gostou no livro "O Portal"?

A forma como foi escrito, clara e envolvente, digna de grandes nomes da literatura. Os personagens também, bem reais, como a mãe de Elizabeth, com defeitos que pouca gente gosta de falar mas que estão presentes nas melhores famílias.
Sim! E os cenários! Quem não se sentiu em Nova Iorque?
Outra coisa bem interessante e feita com muito bom gosto foi a "alternância" de tempo. Ora conta-se a história de Robert, o pai da nossa protagonista, ora estamos lendo o dia a dia de Lizzie e todo o mistério em que ela está envolvida.

2) Qual é o seu personagem preferido? Porque?

Acho que Flávia, a amiga de Lizzie que trabalha na biblioteca da faculdade. É a personagem mais engraçada, inocente, que nunca lê nas entrelinhas.

3) Para você, no primeiro volume, qual o gênero que mais se destacou, Romance ou suspense?

Os dois! Você fica tão aflita sobre o segredo, sobre o portal, as marcas, a história, todo o mistério... Mas ao mesmo tempo não para de pensar em "com quem Elizabeth vai ficar?". Bom, eu acertei quem seria seu par!

4) Qual livro está lendo no momento? Indicaria este livro para outros leitores?

Estou lendo "Dez coisas que eu gostaria que Jesus nunca tivesse dito", de Victor Kuligin. Pelo título, percebe-se que é um pouco polêmico, mas é excelente. Faz-nos refletir sobre o que estamos de igreja. Todos deviam ler, se questionar e fazer a diferença.




Super recomendo O Portal. Junto com Dom Casmurro, é meu livro nacional favorito.

Beijos, linda!! :*)

domingo, 27 de novembro de 2011

Codex de Ouro


E finalmente chegou o grande dia! "O Portal" ganhou  o prêmio de melhor Design de capa. Foi uma surpresa, pois os concorrentes eram de primeira. Foi um dia inesquecível... Um sonho. 
Gostaria tanto de compartilhar esse momento com meus leitores queridos. Vocês não tem noção do quanto eu os adoro! Se eu pudesse, batia de porta em porta para dar um abraço apertado e mostrar o prêmio que vocês me proporcionaram.

Espero não decepcioná-los nunca.

Obrigada de coração emocionado...





quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Resenha "O Portal 2" por Bruno Luiz e promoção de marcadores.


Quem leu o primeiro livro, viu que ele terminou sem pontas soltas, o que trouxe inúmeras perguntas, mas como a imaginação de um escritor é muito vasta, logo imaginei que sem dúvida poderia acontecer muita coisa ainda. O novo livro começa com protagonista angustiada com alguns sonhos que anda tendo, e sem revelar que sonhos são logo essa angustia nos é passada, criando um ar de muito mistério, será que alguém do passado voltou? Será que Leonardo é quem diz ser? Será, será, será será? São muitas dúvidas logo de inicio, mesmo com o casamento feliz, ela sente que algo não anda certo. Frescura? Claro que não, pressentimento são nada mais nada menos que percepções inconscientes, mas o que será que ela anda percebendo? Será que apenas os sonhos que andam deixando ela traumatizada? 

Para saber mais e participar da promoção, acesse:


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Primavera do livros


E a primavera chegou... a do livros. O evento perfeito para fechar o ano. Adoro feiras... O contato direto com os leitores, o carinho, as conversas descontraídas com os amigos.
Estarei na Primavera dos Livros, no estande 44 da Vermelho Marinho, na sexta-feira, a partir das 14:00 hs. Será um fim de semana maravilhoso, pois no sábado estarei concorrendo ao prêmio Codex de Ouro.

A batalha é grande, mas é prazerosa e, apesar de todos os desacertos de 2011, tenho certeza de que em 2012 será um grande ano.

Para conferir a programação completa da Primavera do livros, é só acessar:




X Concurso Municipal de Conto “Prêmio Prefeitura de Niterói”


    O X Concurso Municipal de Conto – Prêmio Prefeitura de Niterói é promovido pela Fundação de Arte de Niterói, através da Niterói Livros, no período de 01 de agosto a 30 de novembro de 2011, com a finalidade de estimular a produção literária, com caráter exclusivamente cultural, visando divulgar e prestigiar obras inéditas. O prêmio será dividido em duas categorias: infanto–juvenil (até 18 anos) e adulto (acima de 19 anos). Os contos selecionados serão reunidos em uma coletânea publicada em 2012 pela Niterói Livros.
Poderão concorrer escritores brasileiros ou não, desde que os trabalhos sejam apresentados em língua portuguesa. Cada participante poderá concorrer com apenas um trabalho inédito, sob pseudônimo, e deverá se inscrever na categoria correspondente a sua faixa etária.
O tema é Livre.





domingo, 20 de novembro de 2011

Stevenson




Quem nunca ouviu falar do famoso “O Médico e o Monstro”? Poucas pessoas, acredito. A história se passa em Londres, onde o misterioso médico  Jekyll consegue, após vários estudos, criar uma poção mágica que transforma sua personalidade. Soa familiar? Claro! Foi obra inspiradora de muitos filmes e desenhos animados. O próprio Piu-piu, em um de seus episódios inesquecíveis junto ao gato Frajola, bebe da famosa fórmula e transforma-se em um gigante pássaro amarelo de hábitos nada simpáticos. Outros filmes como Van Helsing e Mary Reilly foram adaptações da mesma obra para o cinema.

Robert Louis Balfour Stevenson nasceu em Edimburgo, capital da Escócia. Filho de engenheiro civil, era pressionado pelo pai a seguir mesma carreira, mas a saúde debilitada e a fraca inclinação para a área fizeram com que decidisse pela faculdade de Direito, onde escreveu para o jornal universitário, oEdimburgh University Magazine, revelando seu gosto e talento para a arte e literatura. Em 1886, na Inglaterra, publica a obra que o torna celebridade, também do outro lado do Atlântico: “O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde”.


Sempre adorei a história, mas nunca havia chegado às minhas mãos, o original de Stevenson.

Confesso que fiquei emocionada. Eis que me deparei com uma obra fantástica, onde a riqueza de cenários e sensações me tiraram o fôlego. É como se o autor nos levasse em um passeio pelos ambientes sombrios e nos apresentasse seus medos e anseios de maneira verdadeira, drástica, cruel. Um espetáculo! Antes, em minha memória, Jakyll se transformava em Hyde: Um monstro aterrorizante, cabeludo de dentes afiados e olhos vermelhos. Ledo engano. Hyde, na verdade, simboliza o lado carnal dentro de cada um de nós. O personagem traduz, em palavras, nossa luxúria, rebeldia, insatisfação por tudo aquilo que faz parte da conduta moral. De monstro, não tem nada... Somos todos uma mistura, um perfeito mosaico, onde o bem e o mal convivem, em alguns, de maneira harmônica. O livro nos leva a reflexão, por caminhos lindos, de tão bem escritos.

Certa vez, um velho Índio (nome desconhecido) ao descrever conflitos internos. " Dentro de mim existem dois cachorros, um deles é cruel e mau o outro é muito bom e dócil. Eles estão sempre a brigar." Quando então lhe perguntaram. Qual dos dois cachorros ganharia a briga. O sábio índio, refletiu e respondeu. " Aquele que eu alimentar."

Mais que um romance impactante, Stevenson, sem dúvida, soube descrever, como ninguém, os conflitos internos e seus personagens, embora nascidos das páginas de um livro, são verdadeiros reflexos de nossa frágil condição humana.


Faça uma lista




"Faça uma lista de grandes amigos. Quem você mais via dez anos atrás.
Quantos você ainda vê todo dia. Quantos você já não encontra mais.


Faça uma lista dos sonhos que tinha. Quantos você desistiu de sonhar.
Quantos amores jurados pra sempre. Quantos você conseguiu preservar.


Onde você ainda se reconhece. Na foto passada ou no espelho de agora.
Hoje é do jeito que achou que seria? Quantos amigos você jogou fora.


Quantos mistérios você sondava. Quantos você conseguiu entender.
Quantos defeitos sanados com o tempo. Eram o melhor que havia em você.


Quantas mentiras você condenava. Quantas você teve que cometer.
Quantas canções que você não cantava. Hoje assobia pra sobreviver.


Quantos segredos que você guardava. Hoje são bobos ninguém quer saber.
Quantas pessoas que você amava. Hoje acredita que amam você..."



Oswaldo Montenegro

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Sou viciada em açúcar




Sempre me considerei uma pessoa equilibrada, livre de qualquer tipo de vício, se é que isso é possível. Sou apaixonada por chocolate, coca-cola, mas sempre consumi com moderação... será?

Hoje andando pelas ruas do Rio de Janeiro, enquanto me deliciava com um Sundae do meu querido amigo McDonald´s, parei em frente à banca de jornal e assustada reparei em uma revista que alertava sobre o vício em... açúcar.

Como assim? Não sou viciada em açúcar. Não tenho problemas com o peso, minho glicose está normal de acordo com o ultimo exame, não tenho problemas de diabetes na família e ponto final! Mas o subconsciente fala, e quando a lanterna vermelha começa a soar, é porque algo vai mal.

Me recordo bem quando fui ao laboratório buscar os resultados do meu teste de glicose. Eu só conseguia pensar que se algo desse errado eu não sei como faria para deixar de comer meus amados doces... Meu fim de semana foi regado à sorvete com leite condensado e antes de dormir, às escondidas (não sei de quem) comi uma barra de CRUNCH. Hum... meu chocolate preferido! 

Conclusão:
Estou viciada em açucar! Simples assim.

Não tenho mais como me esconder dessa realidade. Não sou mais criança e enquanto meu pâncreas continuar lutando contra meus péssimos hábitos, vou estar salva. Mas a pergunta é... até quando?

Li que o açúcar dá uma certa “bobeira mental”, cientificamente explicada pelo encontro da insulina com um aminoácido chamado triptofano que é rapidamente convertido no cérebro em serotonina, um tranquilizante natural.  Por isso antigamente se oferecia “ água com açúcar” em momentos de tensão.
Além disso a ingestão continua de açúcar faz subir o nível da glicose no sangue, então o pâncreas é obrigado a produzir uma quantidade extra de insulina. A insulina abaixa o nível de glicose e em virtude dessa queda a vontade de comer açúcar volta com mais força. 

Não tem remédio... Vou ter que maneirar.

Como minha batalha começa hoje ( depois do sundae ), devo confessar que vou compartilhar um pouco dos meus temores com vocês. Não vou ser radical, mas vou ter que diminuir muito e posso garantir, não vai ser fácil.

Boa sorte para mim e que no fim das contas, eu possa sentir menos desejo por aquilo que me adoça. (Que pena! O prêmio bem que poderia ser consumir mais... ). Hum... só de falar me lembrei do mashmallow da torta da esquina. Socorro!


Um dia de cada vez... Aí vamos nós! 




sábado, 12 de novembro de 2011

O Ponto de Vista


Uma das dificuldades que eu tinha quando comecei a escrever era entender o que era o PDV, ou seja , Ponto de Vista de uma narrativa. Li vários artigos na ápoca, até encontrar uma amiga escritora que de maneira didática me ensinou o conceito.

Semana passada, enquanto navegava pela internet em busca de artigos para estudo, me deparei com essa pérola escrita pelo Oswaldo Pullen. De maneira muito clara, ele explica o que, para muitos, é um problema. Compartilho com vocês o conceito de PDV e tenho certeza de que será de grande ajuda.


PDV – O ponto de vista
© Oswaldo Pullen

Vimos que existem três elementos que definem essencialmente a cena que são: tempo, lugar e ponto de vista.

Havendo um corte na continuidade temporal, mesmo mantidos o cenário e os  personagens, outra cena terá se iniciado. Na literatura, é usual nesses casos as transições do tipo “Um pouco depois...”, “Tempos mais tarde”, “No dia seguinte”, “Após aquilo”, etc.
Quanto à mudança de cenário, a consequente mudança de cena é bastante clara. Mas, e em cenas de movimento?

Podemos dizer para este segundo caso que a mesma cena só permanece mantido o continuum temporal. Exemplos são cenas ocorridas dentro de automóveis, trens ou metrô, quando mesmo com o cenário mudando constantemente no fundo, o verdadeiro cenário é o próprio veículo. Outra situação é a do personagem, ou dos personagens caminhando ou em fuga, caso em que, mantido o continuum, a cena é a mesma. No entanto, é bom estar atento. Construções do tipo “Quando contornaram a esquina…” podem denotar a interrupção do continuum.

Antes de entrarmos no terceiro ponto, que é o PDV, o Ponto de Vista, temos que trazer uma coisa à baila, que é o foco narrativo, uma das características principais da narrativa. O foco narrativo pode estar na primeira pessoa (um personagem como narrador da estória), na terceira pessoa (que pode ser restrita ou omnisciente), na segunda, quando um personagem passa a fazer a narrativa através da fala de outro. No artigo “Elementos da narrativa”, no site escritacriativa.net eu trato a questão em mais detalhes.

Para nossos fins, exceto no caso de foco na terceira pessoa omnisciente, o que interessa é que uma cena tem sempre um protagonista, mesmo que esteja longe de ser o protagonista principal. E acredite, é muito raro que algum autor brasileiro, a não ser de forma inconsciente, adote esta aparente restrição, mas que em verdade é um facilitador para o entendimento do leitor. A utilização da terceira pessoa omnisciente pode parecer fácil para o escritor, mas resultará, se inexperiente, numa grande dificuldade de entendimento posterior. As passagens de PDV dentro de uma mesma cena ou são feitas de maneira magistral, ou infernizam a vida do leitor. O melhor mesmo, apesar de suas aparentes limitações (são só aparentes, acredite!) é a utilização da terceira pessoa restrita. Desta forma, para a melhor exposição do que queremos, vamos manter o foco narrativo na terceira pessoa restrita. Neste caso o autor só relata o que o protagonista (como já dissemos, seja ele quem for na estória) da cena vê e pensa.

Repetindo, mesmo que se trate de um personagem secundário funcionando como protagonista, a cena vai ser construida através de seus olhos, uma filmadora conceitual, máquina esta com a capacidade de filmar para fora e para dentro. Em outras palavras, filmar a ação percebida através dos cinco sentidos do protagonista da cena. Nada que acontece à suas costas, por exemplo, pode ser visto pelo personagem. Nada murmurado a uma grande distancia pode ser ouvido, e os únicos pensamentos descritos pelo autor dentro desta cena são aqueles do personagem. 

Para solidificar o entendimento do PDV , vamos fazer um exercício:

Pense em uma estória onde o personagem principal seja um ricaço sovina, escravo de sua própria avareza. Ele não desperdiça nem os seus centavos. Assim, ele é o nosso protagonista (o da estória, veja bem). Pense agora numa velha mendiga, que faz o seu ponto em frente ao escritório do granfino. Ela pode aparecer somente em poucas cenas, e ter a função, na estória, meramente de ajudar ao autor a demonstrar o caráter de nosso personagem.

Se contada através dos olhos do ricaço, a cena terá um efeito. Mas contada através da mendiga, a cena poderá ter força muito maior. Quais serão as nossas restrições? Como já dissemos, tudo o que o autor narrar ou descrever terá que estar sendo visto pela mendiga. Nenhum pensamento ou sentimento do ricaço poderá ser contado, a não ser através dos pensamentos ou observações da mendiga.

Vamos à cena:

A velha esparramou uma folha de papelão no canto da calçada, e sentou alí com seus farrapos, enquanto contemplava o outro lado da rua. Um portal de granito emoldurava a entrada de um prédio de muitos andares, donde poucas pessoas entravam ou saiam. 
A rua era estreita, e quando viu um bacana com aparência de rico atravessar o portal, disparou um guincho.
– Uma esmola, por favor!
O granfino pareceu ter levado um susto, fechou a cara. Já tinha atravessado para o seu lado, e ela viu que quase passaria ao alcance de seu braço estendido. Guinchou mais forte.
– Uma esmolinha, pelo amor de Deus!
O granfino levantou a mão.
– Droga, mas você é insistente mesmo, hem?
– Mas eu só pedi duas vezes! Por favor, eu tenho que sustentar neto, genro, filhos, nora, e até o vizinho!
Viu que o granfino olhava em volta, e estendeu a mão mais convicta ainda. 
“Aposto que ele está com medo de que o vejam me negando!”
Com um suspiro, o coroa bem vestido tirou um saquinho do bolso e começou a futucar lá dentro. Ao final, sacou uma moeda.
– Toma!
A velha olhou incrédula para a moeda em sua mão.
– Dez centavos! Você me deu só dez centavos!
Virou a cabeça ainda a tempo de ver o granfino sair de fininho.  Olhou de novo para a moeda e o insólito da situação a fez tornar-se irônica.
“Coitado do granfino! Desse jeito, vai ver que come pior do que eu…”
Com raiva, pensou por instantes em jogar a moeda fora.  Coçou a cabeça, e terminou por enfiá-la no bolso da saia imunda. 
De novo o guincho voltou a ecoar pela rua.
– Uma esmolinha por favor!(*)

Deu para você reparar que tudo na cena aconteceu sob o ponto de vista da mendiga? Mesmo quando relatamos os sentimentos do granfino, fizemos através da percepção da protagonista da cena. A outra característica de importância pode ser vista no final da cena, quando a “câmera” que usamos se volta para o interior da mendiga e relata os seus pensamentos.

Agora, vamos reescrever a cena, sob o PDV do granfino:

Passou pela portaria ainda tomado pelos resultados da reunião. Com certeza jamais iria ceder um tostão em sua comissão, mesmo que isso resultasse em perda do negócio. “É uma queda de braço – pensou – e eu não vou ceder droga nenhuma para esses sacanas”. A possibilidade de deixar de ganhar aquele dinheiro, por pouco que representasse em relação a sua fortuna, fazia a sua úlcera doer infernalmente. Tomado por sua irritação, atravessou a rua estreita.
– Uma esmola por favor!
Levou um susto com a voz guinchada. Era uma velha mendiga sentada na outra calçada, mas agora já à sua frente. Tentou desviar-se, mas a velha insistiu, guinchando mais alto.
– Uma esmolinha, pelo amor de Deus!
“Porra, já não basta os meus problemas e vem este traste me encher o saco?” Furioso, levantou a mão.
– Droga, mas você é insistente mesmo, hem?
A velha protestou.
– Mas eu só pedi duas vezes! Por favor, eu tenho que sustentar neto, genro, filhos, nora e até vizinho!
O granfino, preocupado com o escarcéu que a velha estava fazendo, olhou em volta. “Se alguém me ver discutindo com esta maltrapilha, estou ferrado! Acho melhor me livrar logo desse constrangimento! – tirou um saquinho do bolso e procurou por uma moeda. – Droga, cadê ela?” Mas, futucando a bolsa conseguiu encontrar a que queria.
– Toma! E sorriu para a velha.
“Espero que todo mundo tenha visto este meu gesto de despreendimento!”
Mas a cara da velha não estava do jeito que ele esperava.
– Dez centavos! Você só me deu dez centavos!
Por meio segundo o granfino ficou indeciso. “Mais uma moedinha e ela fica satisfeita, será?” Mas imediatamente voltou à razão.
“Porra de velha ingrata! O que é que ela queria? Se dou mais, sei lá, vai que me falta?”
Virou-se e se mandou rapidinho, enquanto de novo se torturava com seus problemas. Às suas costas, a cantilena retornou.
– Uma esmolinha, por favor!(*)

Foi possível descrever a mesma cena, a cada vez pelos olhos de um dos personagens. Na escrita de ficção, o autor terá diversas vezes este dilema pela frente. Através dos olhos de quem atinjo melhor os meus objetivos? Em nosso caso será que fica melhor a cena pelos olhos do granfino ou da mendiga?

(*) Estas são cenas alternativas para um conto em construção, com o título provisório de “Financistas”


Fonte: Escrita Criativa - Os segredos do escritor - http://migre.me/68vD2

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Resenha da "Leitora Viciada"



"Me interessei por esse livro quando o vi entre os indicados ao Codex de Ouro 2011. O Portal possui 3 indicações no total, nas categorias Melhor Booktrailer, Melhor Ficção/Fantasia e Melhor Design de Capa. Particularmente, concordo com as indicações, ainda mais agora que o li.

Conheci a Eliane Raye durante a Bienal do Livro do Rio e pela primeira vez vi o livro ao vivo e constatei que realmente a capa é muito bela. E a escritora me deu bastante atenção. Acrescentei o livro à minhawishlist e quando o ganhei da própria Eliane, quase morri de felicidade!
Uma observação pessoal é que Eliane enviou o livro com a dedicatória mais linda que já recebi, e este tornou-se um dos livros mais especiais de minha estante, antes mesmo de ser lido. A Eliane enviou também um kit que está sendo sorteado aqui no blog, não perca a chance de participar!
A capa, o material, a diagramação e a revisão estão aprovados! Um livro de qualidade, isso nota-se ao segurá-lo e folheá-lo. E o conteúdo? Maravilhoso!
Na minha opinião, existe um estilo de narrativa semelhante ao estilo do Sidney Sheldon, que pode ser notado na forma como a ação e suspense ocorrem, nos capítulos empolgantes, no mistério envolvido, nas referências modernas nos detalhes... e muitas outras coisas. A protagonista é uma mulher com uma personalidade bem definida."



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Entrevista com o Leitor: Tiago de Souza





1) Do que mais gostou no livro "O Portal"?

O que eu gostei foi do fato da Lizzie ter encontrado amigos que realmente a ajudaram em sua jornada para descobrir o que aquelas inscrições queriam dizer. Confesso que fiquei meio desconfiado sobre essas amizades todas, achei que no final ela ia quebrar a cara e descobrir que as pessoas somente estavam ajudando para também conseguirem chegar no objetivo todo.


2) Qual é o seu personagem preferido? Porque?

É a Lizzie mesmo, porque ela é aquele tipo de garota diferente, fofa, capaz de acreditar nas pessoas sem esperar nada em troca. 


3) Para você, no primeiro volume, qual o gênero que mais se destacou, Romance ou suspense?

É difícil dizer de qual gênero o livro fala. Porque a gente tem aquele mistério envolvendo as inscrições, eles vão ficando cada vez mais complicados até que... bem, não posso falar mais nada se não saio contando tudo he he. Mas não acho que nenhuma história consiga sobreviver muito sem romance. E isso é mostrado de forma suave, não é nada meloso como a gente vê em várias histórias que vêm de fora.


4) Qual livro está lendo no momento? Indicaria este livro para outros leitores?

Estou lendo dois livros paralelamente. Um eu não estou me empolgando tanto com a leitura porque não acontece muita coisa para prender a gente, sabe? O livro é Destino, de Ally Condie. É bom, mas não surpreendente. O outro, é o primeiro da série Rangers - a Ordem dos Arqueiros, Ruínas de Gorlan. Tô bem no começo, mas até que é legal.

Se eu fosse recomendar um livro para alguém ler, eu recomendaria a série Jogos Vorazes e o nacional Perdida, que me fez rir demais em vários pontos. E, claro, O Portal! Tô ansioso pelo próximo, viu? 


Tiago de Souza
Twitter: @tiagoodesouza


Beijos Tiago :*)

sábado, 5 de novembro de 2011

Lixo Espacial




Existem hoje, sobre nossas cabeças, mais de 8.000 satélites artificiais na órbita terrestre. Desses, cerca de 60% estão desativados. Além dos satélites do Sistema de Posicionamento Global, satélites de comunicações, satélites científicos, satélites militares, também existe uma grande quantidade de lixo espacial.

Estão catalogados,  aproximadamente, cerca de 23 mil objetos grandes o bastante para serem rastreados por radar, inadvertidamente postos em órbita ou que se tornaram obsoletos. O número real varia, dependendo da agência que faz a contagem. Cargas que entram na órbita errada, satélites com baterias exauridas e restos de estágios propulsores de foguetes, todos contribuem para esse número, o que faz de nosso espaço, ainda a ser colonizado, um reflexo daquilo que sofremos aqui mesmo, na terra.

Embora qualquer coisa que esteja em órbita em volta da Terra seja tecnicamente um satélite, esse termo é tipicamente usado para descrever um objeto útil colocado em órbita com o propósito de executar uma missão ou tarefa específica.

O primeiro satélite a ser enviado para o espaço foi o soviético Sputnik , em 4 de outubro, de 1957, porém, após 92 dias, queimou na atmosfera terrestre.

Desde então, muitos acidentes acontecem no espaço sem que sequer saibamos e , embora digam que é pequena a ameaça que esses objetos representam para nós na superfície da Terra, existem relatos que contradizem tal afirmação.

A média de objetos do lixo espacial que reentram na atmosfera terrestre é 35 por mês e é fato que todos os objetos colocados em órbita um dia voltarão à Terra, embora isso possa levar centenas, milhares ou mesmo milhões de anos.
Um dos maiores objetos que já reentrou na atmosfera foi o estágio do foguete Saturno que em 1973 lançou o Skylab. O aparato pesava 38 toneladas e caiu no oceano Atlântico, em janeiro de 1975, passando cobre Los Angeles pouco antes de cair no Atlântico, perto dos Açores.

Cientistas insistem em afirmar que, felizmente (ou infelizmente), o lixo espacial ameaça mais os astronautas em suas naves no espaço do que as pessoas cá embaixo na Terra. A atmosfera acaba por consumir a maior parte dos fragmentos que poderiam cair, fazendo com que entrem em combustão antes de chegar ao solo.

Relatos como o de 2008, contradizem tal afirmação. Um estranho objeto, com um metro de diâmetro, caiu a cerca de 150 metros da sede de uma fazenda em Montividiu, interior de Goiás. Não houveram danos, mas, se por sorte ou estatística, não sabemos quando os números vão estar a nosso favor.

Houve outros relatos sobre a queda de lixo espacial em território brasileiro. Em 1995, fragmentos de um satélite chinês de comunicação caíram no interior de São Paulo, no município de Itapira, assim como em 1966, um tanque de combustível de um foguete Saturno, com um metro de diâmetro caiu na costa do Pará, sendo achado por pescadores.

O mais assustador foi o ocorrido em 11 de março de 1978, quando partes de um foguete soviético reentraram na atmosfera acima da cidade do Rio de Janeiro e caíram no Oceano Atlântico. Dizem os expectadores que foi um belo espetáculo. Inúmeros fragmentos, entrando em ignição devido ao atrito com a atmosfera, brilharam intensamente, enquanto “cortavam o céu”. Mas se a reentrada tivesse acontecido alguns minutos depois teríamos uma tragédia, pois a queda seria na área urbana do Rio e não no oceano.

Fatos como esse nos leva a refletir sobre os cuidados do homem em relação a uma região ainda em exploração, onde talvez tenhamos alguma esperança de viver quando não restar mais recurso algum na terra, também devastada pelo descuido e irresponsabilidade do ser humano.

Se não conseguimos que algo seja feito em relação a preservação ambiental após tantas histórias tristes que vem ocorrendo com nosso planeta, conseguiremos sensibilizar as autoridades sobre um lugar distante, onde para muitos, não passa de uma ilusão espacial?
Que satélites são essenciais para a nossa sobrevivência no mundo moderno, não há dúvidas, mas assim como nós devemos recolher o resto daquilo que consumimos, o lixo espacial deve ser coletado de maneira a nos preservar de uma provável chuva de ignorância.


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Mensagem da semana: A fé




"Certa vez, um cosmonauta e um neurologista russos discutiam sobre religião. O neurologista era cristão, e o cosmonauta não. "Já estive várias vezes no espaço", gabou-se o cosmonauta, "e nunca vi nem Deus, nem anjos". "E eu já operei muitos cérebros inteligentes", respondeu o neurologista, "e também nunca achei um único pensamento."



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